Uma aula, na prática
A entrevista da jornalista Elisa Kopplin Ferraretto, há 27 anos a frente da assessoria de comunicação do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, no programa Happy Hour da Band News Porto Alegre foi uma aula, na prática.
Didaticamente, Elisa explicou o que faz um profissional na nossa área, e como devemos nos comportar frente aos desafios diários da profissão.
Explicou a transformação na comunicação do maior dos hospitais do Rio Grande do Sul, quando deixou de responder a denúncias feitas a imprensa em função da superlotação das emergências: o Clínicas passou a abrir as suas portas, e esclarecer a situação.
Não é vergonha a superlotação, é realidade.
Mas Elisa foi além e fez um relato franco, real, um pouco (bastante) angustiado sobre a situação em que passamos quando relatou os absurdos das fake news, algumas vezes causadas por ingenuidade, credulidade ou até ignorância, mas outras, vá saber, talvez por maldade mesmo.
Elisa relatou o dia a dia dos assessores de imprensa do HCPA, o cansaço da equipe, o desgaste físico e mental.
Dá pra enxergar uma luz no fim do túnel, pergunta a jornalista Lúcia Mattos?
Elisa suspira antes de falar e responde dizendo que diversos serviços pra muitas outras doenças foram suspensos, tratamentos, transplantes, ambulatórios – e um dia, todos sabemos, essa conta chega.
Sobre a luz no fim do túnel, continuou ela, usando digamos, um truque da comunicação que tanto ensina: quando não soubermos o que responder bem, podemos dar uma volta…
A luz no fim do túnel, infelizmente, ainda não é uma realidade, é muito cedo pra isso. O isolamento feito em nossa cidade ainda não tem repercussão real – e nas últimas semanas os acréscimos diários de ocorrências e mortes deixaram a situação ainda mais estressante. Some-se a isso o fato da vacinação ainda estar longe do ideal e a cogestão voltando em seguida.
“Esperamos a responsabilidade e a consciência da população para não ficarmos nesse eterno ir e vir”, disse Elisa.
Nos resta tomar essa frase como esperança e, dentro do possível, cada um de nós fazermos a nossa parte.