Restaurantes são pessoas
Restaurantes são pessoas, e algumas, infelizmente não veremos mais.
A Paula, e o nhoque
O André, e o bife
A Cacaia, e o café
O Cris, e o sushi.
Restaurantes são pessoas e de outras, estamos com muita saudade.
Do Leo, da Lili e do porquinho do Mandarinier
Da Julia e da Su, e do pastel do Suzanne
Do Deco, e da polenta do Komka
Da Jaque, e da burrata da Dionisia
Do Donato, e do filé com alho, do Tartare
Do João, e do bacalhau do Gambrinus
Da Carla, e do picadinho do Press
Do João, e da pizza da L’Antica
Da Grazi, e da melanzane da Vila Amalfi
Do Marcelo, e da feijoada do Patissîer
Vontade de entrar, abrir portas, subir escadas, conversar com os garçons, sentar na mesa que preferimos, resmungar pra baixar o som, pedir um limãozinho espremido junto com a água, dizer que sim, o filé é mal passado.
Restaurantes tem nome na porta, uma fachada bonita, fotos lindas nas redes sociais, restaurantes são ambientes que nos transportam pra outro mundo, mas aqueles que gostamos, aqueles dos quais sentimos falta, são especiais. São lugares onde sempre nos sentimos em casa, onde sempre pedimos a mesma comida, onde nos chamam pelo nome, onde até podemos pendurar a conta. Aqueles que gostamos são especiais, porque de alguma forma em algum momento, passamos a considerá-los nossos, uma extensão das nossas casas, das nossas vidas.
E nossa, como estamos sentido saudade das nossas vidas.
E lembre sempre, não esqueça: no Prinz’s a mostardinha continua forte.
(foto: Dionisia Restaurante VinhoBar, por Elvira T. Fortuna)