Das surpresas e expectativas
Organizando a pauta para começar o ano e limpando arquivos, reencontrei este texto, escrito, imagino, lá por 2018. Uma releitura rápida me fez pensar: pode ser uma boa pra marcar um início de ano.
Comece sem expectativas – o final pode te surpreender.
(a foto é último dia de 2022, um lindo dia)
Das surpresas e expectativas.
Dia desses um compromisso profissional nos fez acordar cedo, pegar a estrada e dirigir quase três horas para uma reunião de trabalho. Dia feio, horário apertado, trajeto cheio de caminhões, pardais, lombadas, buracos e, claro, pedágios. Viagem para olhar pra frente e não se distrair muito.
Mas já que era sexta-feira e a cidade em si é atrativa – pela beleza, pelo turismo, pela gastronomia – se pode aproveitar a parada do almoço, né? Então aproveitamos para fazer uma reserva e conhecer um local que estava na lista há tempo.
Mas antes disso, trabalho.
Aí começa a surpresa: o que era para ser algo até meio maçante, obrigatório e compulsório, se transformou. Na redação se diria: virou a pauta. Na chegada fomos recebidas por uma pessoa com cara/jeito/postura de tudo menos diretor/engenheiro/pessoa que manda em alguma coisa. Conhecer uma pessoa nova, com um cargo importante, em um trabalho que se está iniciando, nem sempre é muito fácil. Muitas coisas passam na cabeça, vai saber como é o cara – dá pra chamar de cara? Dá pra pensar que é um cara? -, será que essa roupa dá? Preciso chamar de senhor? Vai saber.
Então que o diretor – sim, um cara – começa a contar histórias e mais histórias, voltar aos tempos da faculdade, dizer bobagens sobre política, fazer piadas, tudo isso de pé, na recepção, pra duas abobadas com cara de “esse cara é muito tri” – no caso eu e a Ana, rs.
Cai o pano e caímos em um chão de fábrica.
Aí então sim, o cara estava em casa. Que aula, que dia, que bela forma de passar a manhã de uma sexta-feira. Quando piscamos, era hora do almoço.
Mas até começarem a tocar os alertas da fábrica não nos demos conta e nem vimos o tempo passar. Tivemos uma imersão muito bacana num mundo que desconhecíamos totalmente, fizemos perguntas idiotas pra quem lida com aquilo o tempo todo – não existem perguntas idiotas, eu sei, mas nem sempre a gente acredita nessa frase – ouvimos explicações for dummies no assunto, e entendemos. Conhecemos tecnologias que não fazíamos ideia que existiam, nos demos conta do tamanho do trabalho que dá termos em casa algumas das – muitas – coisas que temos em casa.
Mas mais do que tudo isso, sim, nos demos conta como é bom conhecer, conversar e ouvir alguém que conhece, sabe e ama seu trabalho falando do que mais gosta.
Acabamos a manhã apertando a mão do professor Pardal e tendo certeza que vamos nos ver novamente, muitas e muitas vezes.
Sobre a reserva para o almoço?
Bom, tenho que dizer que nunca é bom ter grandes expectativas…