Aos mestres, com carinho
No dia do Jornalista, no ano que completo 30 anos de formada na melhor das profissões, uma rápida retrospectiva de jornalistas que marcaram a minha vida pessoal e profissional.
A todos, meus mais profundos agradecimentos.
Flávio Alcaraz Gomes. Que eu confesso não escutava no rádio, mas antes mesmo de entrar na faculdade enviei um texto meu pra ele ler, e tenho certeza que era horrível. Ele leu, me devolveu todo marcado, revisado e com uma anotação: não deixe de escrever.
Obrigada.
Alice Urbim. A professora estranha que não tirava a boina da cabeça me ensinou que nome anda sempre junto com sobrenome e me deixou assistir uma aula tomando vinho na Famecos. Uma professora que virou amiga, passou a fazer parte da minha vida e me deu um grande presente quando me apresentou o querido e saudoso Carlos Urbim, grande guri daltônico.
Obrigada.
Patrícia Duarte e Marcia Camarano. Minhas chefes quando eu fazia estágio na rádio escuta da prefeitura de Porto Alegre. Nunca aprendi tanto sobre rádio e sobre convivência entre pessoas de diferentes ideologias, partidos, lados e gostos quanto naquele período.
Obrigada.
Katia Suman. Me ensinou a descobrir que rádio FM também podia trazer informação sem ser chata e nem cortar demais a parte boa, a música. Sem contar que sempre também foi fãnzaça de Bowie. Obrigada.
Dedé Ribeiro. Lembro da figura meio hiponga da Dedé indo nas redações, falando de shows, de artistas, de cultura. Distribuía livros, ingressos e sorrisos. Marcava entrevistas, trazia convidados. Sempre que a Dedé chegava era uma festa. Pensei que um dia queria fazer isso também.
Obrigada.
Bira Valdez. Um tipo, que apesar de nunca estar de bom humor de manhã cedo, foi um dos caras mais gentis com quem já trabalhei.
Obrigada
Geraldo Canali. Mais que um parceiro de trabalho, um verdadeiro professor de tele e radiojornalismo. Sinto muita falta dos nossos papos nos estúdios da Band e da FM Cultura, onde eu estava quando vem a pergunta: Onde estavas no 11 de setembro?
Obrigada.
Luiz Arthur Ferrareto. Tinha cara de brabo, mas era só charme. Uma vez professor, sempre professor. Um cara que me ensinou que, mesmo desvalorizada, a função de produtor, seja de rádio ou tv, deve ser das mais valorizadas. Eu diria até que peça chave numa redação. Da cabeça do Ferrareto que nasceu “Memória Erico”, um especial de rádio que me deu um prêmio ARI.
Obrigada.
Marta Gleich e Beto Nilsen. Duas visões diferentes sobre o mesmo tema: Marta achou meu texto “literário” demais e disse que não teria vaga pra mim como repórter na Geral da ZH. Mas a notícia ruim muitas vezes traz uma boa pra compensar. Nesse caso, trouxe. Beto achou meu texto “literário” demais ótimo e me ofereceu um emprego de editora na casa RBS Passu Fundo. Começava ali uma grande aventura na minha vida.
Obrigada.
Carlos Wagner e Humberto Trezzi. Dupla que me apresentou ao jornalismo policial, e que pela primeira vez me fez acompanhar uma entrevista com um delegado no interior do estado. Eu era praticamente uma criança e gastei uns dois blocos escrevendo enquanto um deles fazia a entrevista. Na volta pra redação me perdi nas toneladas de anotações. Nunca esqueço que o Trezzi sentou ao meu lado e em menos de uma hora tinha um texto pronto. E só abriu o bloco depois de terminar, pra checar as informações. Ali pensei: um dia quero ser capaz de fazer isso.
Obrigada.
Cassia Duarte. Coloradaça, furiosa e bem intempestiva. E uma das melhores editoras que já conheci.
Obrigada.
Altair Nobre. Não era professor, mas poderia ter sido. O editor mais paciencioso com o qual a foca totalmente inexperiente poderia ter topado. Um jornalista com o poder de fazer brilhar um texto sem graça escrito por alguém que ainda tinha muito a aprender.
Obrigada.
Marcia Mandagará. Quando estava lá, eu reclamava. Mas tempos depois me dei conta que todo o preciosismo e a revisão da revisão da revisão se explicava na busca pelo erro zero. Muito do toc e da busca pela excelência que tenho asseguro que veio desta época.
Obrigada.
Fatima Torri. Quando conto isso ela finge que não lembra, mas um dia fui pedir um emprego pra Fátima e não levei, sai arrasada. Anos depois – muitos anos depois – abri a navecomunica. Nunca trabalhamos juntas, mas somos parceiras de trabalho.
Obrigada.
Ricardo Boechat. Meu companheiro de todas manhãs durante anos. Que digam o que disserem dele, mas será difícil surgir ainda um cara como ele, exemplo de tantas coisas e um marco na nossa profissão.
Obrigada.
Tânia Carvalho. Musa, diva, modelo. De vida, de alegria, de espontaneidade, de caráter. Uma profissional que sempre atuou em todas as áreas de comunicação, que só deixa alegria e amigos por onde passa. Um sopro de vida.
Obrigada.
Jaqueline Meneghetti. Empresária além de jornalista – mas por sinal uma baita editora ainda a ser descoberta -, me apresentou ao mundo dos vinhos e com isso me mostrou que fazer jornalismo vai muito além daquilo que aprendemos nos bancos das faculdades. Quando descobrimos algo que gostamos muito, dentro da profissão que já adorávamos, tudo faz mais sentido e nos abrimos a infinitas possibilidades.
Obrigada.
Rossana Gradaschi. Chegou na nave sabendo nada ou pouco, e hoje asseguro que é das melhores assessoras de imprensa desse país. Mas mais do que isso, é uma pessoa especial. Obrigada.
Lúcia Mattos. Minha amiga, minha irmã, juntas já fizemos tantas coisas. Meu exemplo de caráter, de credibilidade, de postura, de ética e de bom jornalismo. E que me dá o prazer e a honra de hoje poder trabalhar lado a lado.
Obrigada.
Mabel e Bento Porto. Meus pais, os únicos não jornalistas desta lista, mas que me ensinaram a gostar de escrever, lendo.
Obrigada.
Muito obrigada a todos que fizeram e fazem parte destes meus 30 anos de Jornalismo, com o perdão dos exageros, a melhor profissão do mundo.
(Na foto eu no século passado, na cobertura de um festival de cinema de Gramado. Sim, usando pochete. Me julguem)