Artistas da música e artistas das capas
David Bowie, Frank Sinatra, Angra, Beatles, Rival Sons, Supertramp, Led Zeppelin: que baita, hein? Mas não estamos falando só de cada um destes caras ou das músicas de cada um deles. Todos verdadeiros artistas na acepção da palavra, preocupados com todos os detalhes de seus trabalhos, e por isso eternos. E além do talento musical, a preocupação com o design, as capas, os encartes, o adesivo que vinha colado no vinil – ah, o vinil🥰 Trabalhos premiados, inovadores, revolucionários: saiba mais sobre cada uma destas verdadeiras obras de arte abaixo.
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David Bowie Alladin Sane, de 1973, teve a arte da capa assinada pelo seu parceiro Brian Duffy, que conseguiu ler tão bem o camaleão que criou uma das imagens mais icônicas do músico: esse raio é praticamente marca registrada de Bowie. Clean, minimalista e genial, uma fotografia do músico de olhos fechados, com um raio vermelho em seu rosto e uma lágrima retida em seu peito. Bowie já era um grande e completo artista musical, mas cada vez mais se solidificava com um ícone visual da música pop.
Frank Sinatra Sings for Only the Lonely é especial: venceu o primeiro Grammy da história, na categoria Melhor Capa de Álbum, em 1959, com projeto assinado por Nicholas Volpe. A melancólica – e linda – capa apresenta a imagem de Sinatra como um palhaço triste e solitário. E a combinação de cores em um um fundo preto sobreposto por losangos coloridos e a maquiagem vermelha do palhaço capta bem a intenção da obra prima do old blue eyes confortar os corações entristecidos pela solidão.
Ømni – Angra, traz a assinatura de Daniel Martin Diaz e Gustavo Sazes. Mais do que representar o metal brasileiro no cenário internacional, o Angra também costuma encantar sua legião de fãs com capas incríveis, baseadas na temática de cada álbum. No álbum Ømni uma mistura conceitos científicos e filosóficos — de anatomia a eletrônica, de geometria a física.
Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, um dos grandes álbuns dos Beatles, lançado em 1967, teve a assinatura de Paul McCartney na capa também, em parceria com Peter Blake, Jann Haworth e Robert Fraser. O disco é considerado um sucesso não apenas musical, mas também gráfico, nascido a partir de um esboço de Paul trabalhado pelos designers. Em 1968 ganhou o Grammy, na categoria Melhor Capa de Álbum.
Pressure & Time, Rival Sons, lançado em 2011 com arte de capa de Storm Thorgerson, cara que, entre outras obras primas, colaborou com artistas como Pink Floyd, Led Zeppelin e Black Sabbath. Pressure & Time, que foi um dos últimos trabalhos de Thorgerson morto em 2013, exibe um loop da imagem principal na cabeça de um homem. Pra ele, a imagem representa o medo e a preocupação de alguém que está prestes a descer uma escada, mas não sabe o que vai encontrar no final. Ou seja, tudo é possível. A perfeição do conceito e o nível de detalhes “ocultos” fazem desta capa um verdadeiro exemplo da capacidade artística de Thorgerson.
Breakfast in America, Supertramp, lançado em 1979, com arte de capa de Mike Doud e Mick Haggerty a partir de um conceito criado pela própria banda, de mudança da Inglaterra para os Estados Unidos e cheia de minhocas na cabeça. A visão de longe e de perto, os ícones norte-americanos e uma nova cultura: mudança de vida que trouxe também o Grammy de 1980 na categoria Melhor Capa de Álbum.
Physical Graffiti, Led Zeppelin, lançado em 1975, com arte de capa de Peter Corriston. Difícil saber o que é melhor nesse disco essa capa surreal que exibe um prédio real da cidade de Nova York, construído com blocos de cortiça marrom ou as “faixas” do álbum, entre elas a clássica Kashmir.